2009-06-01

Entrevista: os pontos fortes e fracos do candidato - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 01/06/2009, sobre o que falar quando perguntado numa entrevista de emprego, quais são seus pontos fortes e seus pontos fracos, além de uma reflexão sobre sinceridade nesta hora.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui).

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Entrevista: os pontos fortes e fracos do candidato

humor entrevista de emprego
"Olá", diz uma ouvinte. "Gostaria de saber o que responder quando o entrevistador pergunta quais são meus pontos fortes e meus pontos fracos."

Perfeitamente.

Você pode responder o seguinte: "Meus pontos fortes são três: a sagacidade para contrabalançar a opressão da rotinização, o discernimento para não redundar e uma pertinácia não casualística. E meus pontos fracos são dois: agastamento com sorrabadores e introspecções extemporâneas."

Caso o entrevistador dê uma gargalhada, você estará diante de uma pessoa inteligente e de uma ótima empresa para se trabalhar. Mas se o entrevistador se sentir ofendido com a sua resposta, você poderá se desculpar pela tentativa de ser engraçadinho, e explicar melhor.

Seus pontos fortes são a capacidade para contribuir além da rotina diária, a sabedoria para não falar quando não tem certeza e a vontade de superar qualquer meta que lhe for passada. E seus pontos fracos são a intolerância para com os puxa-sacos e uma tendência de se desligar de vez em quando.

Aí o entrevistador passará para a pergunta seguinte, que certamente será: "Como você se vê daqui a cinco anos?" No fim, talvez você seja contratada, mas já entrará na empresa sabendo que não terá muito espaço para exercitar a sua criatividade e nem poderá sonhar com uma promoção em médio prazo. Empresas que fazem perguntas padronizadas em entrevistas e aceitam respostas também padronizadas dos candidatos, estão procurando empregados que não têm muitas ambições na carreira.

Como conseguir um emprego não está fácil, muitos candidatos respondem não o que de fato estão pensando, mas aquilo que eles acham que o entrevistador deseja ouvir. Aí conseguem o emprego e depois ficam se lamentando porque a empresa é quadrada, o chefe é centralizador e os colegas são acomodados.

A sinceridade na hora de responder quais são os pontos fortes e fracos, e cada um sabe quais são os seus, pode prejudicar as chances de contratação em algumas entrevistas. Mas por outro lado, a falta de sinceridade poderá até render um emprego, só que o candidato estará enganando a si próprio.

Ser sincero é sempre a melhor opção. Mas cada um deve avaliar o quanto precisa de um emprego. E o quanto estará disposto a sofrer as conseqüências de conseguir o emprego errado.

Max Gehringer, para CBN.

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A tirinha é do Marcelo Andrade, do É triste viver de humor!, um blog muito engraçado que eu já deveria ter citado aqui antes.

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