2009-09-03

Entrevistas são conversas de mão dupla - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 03/09/2009, sobre como entrevistas de emprego devem servir para o candidato também perguntar, e não só responder.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Entrevistas são conversas de mão dupla

entrevista de emprego
"Estou meio sem chão", escreve um ouvinte. "Graças ao bom trabalho que desenvolvi em minha empresa anterior, como gerente de vendas, recebi um convite para mudar para um concorrente, com um cargo equivalente, mas com um salário bem melhor.

Aceitei e aqui estou. O problema é que já no primeiro dia, comecei a ouvir conversas dando conta que a minha equipe é antiga de casa, desmotivada e sem disciplina. Questionei meu diretor, que confirmou os fatos e disse que conta comigo para reverter a situação.

Foi aí que perdi o chão. Na entrevista, esse mesmo diretor só me mostrou os números dos últimos anos e o potencial de crescimento, sem fazer qualquer referência ao estado de letargia da equipe. O diretor não sonegou uma informação que poderia me ter feito, no mínimo, pensar melhor antes de aceitar?"


Hummm, não sei se ele sonegou. Eu acredito que o diretor tenha levantado a questão de modo indireto, ao lhe perguntar sobre o seu estilo de liderança, sobre a sua capacidade para trabalhar sob pressão, e sobre a sua maneira de lidar com desafios.

Como essas perguntas parecem inócuas, os candidatos tendem a respondê-las com muito entusiasmo. Certamente, esse foi o caso do nosso ouvinte. E aí, o diretor se deu por satisfeito.

Uma pergunta que o nosso ouvinte poderia ter feito ao diretor e aparentemente não fez, seria esta: "Qual o senhor considera o maior desafio que eu vou enfrentar?"

O que acontece na maioria das entrevistas, para qualquer função, é que os candidatos se preocupam em apenas responder, talvez imaginando que perguntar poderia ofender.

Mas para tranquilizar o nosso ouvinte, eu diria que ele não perdeu o chão. Ele perderá, se achar que não está à altura do desafio, contrariando o que ele provavelmente disse na entrevista. Nosso ouvinte gerente precisa juntar a equipe, explicar que o passado passou, estabelecer metas individuais claras, premiar os melhores e descartar os piores.

O que fica como lição é que entrevistas são conversas de mão dupla. É isso o que o "entre" inicial significa. E ele não constitui metade da palavra entrevista por acaso. O "entre" é um convite ao diálogo, enquanto ainda há tempo para dialogar.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

CintiaYamane disse...

q cara reclamão, alem de ta ganhando mais por um cargo equivalente, fica ai reclamando dos companheirinhos, ele devia é se sentir motivado a botar todo mundo na linha!