2009-09-14

'Nunca aprendi a ser chefe' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 14/09/2009, sobre um pequeno empreendedor que está enfrentando dificuldades em ser chefe.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

/===================================================================================

'Nunca aprendi a ser chefe'

the office dwight killing time
"Sou proprietário de uma pequena empresa", escreve um ouvinte. "Eu nunca pensei em ser empreendedor, mas há 3 anos abri um negócio e ele acabou dando mais certo do que eu imaginava. Comecei sozinho e agora tenho 11 funcionários. O meu problema é que eu nunca aprendi a ser chefe. Meus empregados perdem muito tempo batendo papo, falando ao celular e acessando a internet. Não sei se expandi a empresa rápido demais, mas os lucros estão diminuindo. E eu não sei bem que decisão tomar."

Começando pelo óbvio, funcionários desperdiçam tempo durante o expediente, por dois motivos. O primeiro, como o nosso ouvinte já entuiu, é a falta de aptidão do chefe para controlar a situação. E o segundo motivo é a falta de uma adequada distribuição de tarefas: só perde tempo, quem tem tempo para perder. E esse é o caso de muitas empresas, pequenas ou grandes.

Nosso ouvinte precisa redistribuir as tarefas individuais, de modo a preencher inteiramente o tempo de cada funcionário. Ao fazer isso, ele poderá avaliar o desempenho de cada um, ao contrário da situação atual, meio caótica, em que ele não está conseguindo diferenciar os que estão enrolando, dos que estão simplesmente com tempo livre.

Após um mês, é provável que o nosso ouvinte tenha que dispensar um par de funcionários, aqueles que ficaram abaixo dos objetivos. Mas ele fará isso a partir de dados concretos, e não de simpatias pessoais.

Há outros dois pontos que podem estar influindo no marasmo. E o primeiro é o salário. Quem ganha pouco, não tende a se esforçar muito. E o segundo é a perspectiva. O que os funcionários do nosso ouvinte podem esperar do futuro? Todos continuarão a fazer o que fazem ou há um plano de carreira para os melhores?

E finalmente, o nosso ouvinte precisa aprender a selecionar as pessoas certas, porque quem enrola no trabalho, enrola também na entrevista.

Se o nosso ouvinte não se sente confortável fazendo tudo isso, há uma solução: ele pode contratar um chefe que sabe ser chefe, para tocar a rotina diária, enquanto o nosso ouvinte se ocuparia da expansão da empresa.

Ninguém é bom em tudo, mas o nosso ouvinte já provou que ele é bom no que muita gente gostaria de ser: montar um negócio próprio, gerar empregos e ganhar dinheiro. Isso é o mais difícil. O resto é só gestão, uma palavra que no fundo, significa "dá para pagar alguém para fazer".

Max Gehringer, para CBN.

Nenhum comentário: