2009-12-13

Filme: Besouro

Semana passada fui assistir a nova empreitada brasileira em termos de filme de ação, Besouro. Tenho que admitir que esperava bem mais do filme.

filme besouro poster cartaz
Dirigido pelo João Daniel Tikhomiroff, tarimbado em festivais de publicidade mas estreante nas telonas dos cinemas, Besouro sofre justamente com a energia de um iniciante em qualquer coisa: a pressa e a vontade de, logo na sua primeira obra, jogar um monte de ideias (algumas ótimas, outras nem tanto) tudo junto. O resultado, como não poderia deixar de ser, é confuso. Às vezes podar alguns galhos é necessário.

Besouro conta a história do capoeirista que dá nome ao filme, em sua luta contra o preconceito e más condições que afligiam os negros que apenas há alguns anos (algumas poucas décadas) haviam sido libertos da escravidão. No filme, o mestre de Besouro, que liderava a 'resistência negra' é logo morto. E Besouro então, assume a luta, enfrentando os poderosos, na figura do coronel local, em um esquema de guerrilha.

filme besouro voando coronel
E esse fio condutor é emaranhado ainda com, além da capoeira, influências místicas dos orixás encarnados (o que rende as melhores cenas plásticas, com muitos peitinhos das orixás, hehehe) e um triângulo amoroso.

Mas o filme, sendo vendido como filme de ação, decepciona. Nem o mestre chinês chamado pra coordenar as lutas, Huen Chiu Ku (mesmo de Kill Bill, entre outros), resolve. Afinal, as cenas de ação mesmo foram poucas. E nem a plástica inerente da capoeira é bem aproveitada, com ângulos de câmeras nervosos e cortes de cena desnecessários.

filme besouro dinora amor
Vale ressaltar que os atores, a maioria capoeiristas e não atores profissionais, estão com uma boa atuação. Parabéns pra preparação de atores do filme.

Enfim, Besouro acaba sendo um filme morno. Ele tem boas promessas, que ficam só nisso, em boas intenções. É louvável como um primeiro passo pro cinema nacional abordar outros gêneros, no caso o de ação, mas claramente mostra que ainda não chegamos lá.

Trailer:



Para saber mais: crítica do Omelete

3 comentários:

CintiaYamane disse...

eu nao gosto de filme brasileiro.. a maioria fica destacando a pobreza, e tal.. acho chato

Sardinha Mestre disse...

Concordo com a Cintia e ainda não me animei pra ver esse filme, mas tenho certeza que terá os velhos clichês de filmes made in BR

Pornografia leve
Palavrão
E um história tosca..

Cinema nacional nos últimos anos tem se salvado por um ou dois filmes.

Andarilho disse...

Não tem pornografia leve nem pesada. A não ser que vc chame um peitinho de pornografia...

E sabe q quase não tem palavrão no filme?

Agora, como é meio que 'baseado em fatos reais', e a história do Brasil é tosca por natureza, é fácil deduzir.