2010-04-23

Discriminação x conveniência - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 23/04/2010, com a diferença entre a discriminação e a conveniência de uma empresa ao contratar candidatos de longe.

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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Discriminação x conveniência

discriminação
"Você disse na semana passada que não existe discriminação por região no mercado de trabalho", escreve um ouvinte. "Então, me ajude a entender. Eu sou da Bahia e pretendo me mudar para Santa Catarina, por razões pessoais. Nos últimos meses, perdi a conta do número de currículos que enviei para empresas catarinenses, sem ter recebido uma única resposta. Isso não seria uma discrimanação?"

Não, não seria. Pelo menos não generalizadamente. Esse não é o motivo pelo qual os seus currículos foram ignorados. Não é que empresas de Santa Catarina ou de qualquer outro estado, não queiram contratar quem vem de fora. É que faz mais sentido contratar quem é de perto. Um pouco porque a adaptação à empresa seria bem mais rápida, mas principalmente porque alguns candidatos têm contatos de longa data com profissionais que trabalham nas empresas locais. E por isso, a maioria das vagas acaba sendo preenchida através dessas indicações. A mesma lógica valeria para a situação inversa: uma empresa baiana daria preferência a candidatos locais.

Para que um currículo de outro estado receba uma atenção especial, é necessário que o profissional que o enviou, também possua alguma característica especial. Uma que não seja facilmente encontrada nos candidatos locais. Se alguém de um estado distante se candidata a vagas comuns, para as quais há excesso de candidatos localmente, a preferência da empresa será sempre pelo que é mais fácil e mais lógico.

Essa é a diferença entre discriminação e conveniência. Discriminação seria uma empresa tomar a decisão de nunca, em hipótese alguma, contratar alguém com base no sexo, religião, raça ou procedência. Ou seja, fatores que nada têm a ver com o aspecto profissional.

Mas vamos supor que nosso ouvinte possuísse uma especialização técnica que uma empresa catarinense está desejando e não consegue encontrar localmente. Neste caso, sem dúvida, ele seria contatado e convocado para uma entrevista.

Se o nosso ouvinte não tem essa especialização, mas mesmo assim queira se mudar para Santa Catarina, com emprego ou sem, a sugestão é ele se mudar, e aí colocar um endereço local em seu currículo. Isso não garantiria um emprego imediato, mas certamente melhoraria a possibilidade de conseguir um.

Max Gehringer, para CBN.

2 comentários:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Essa questão de morar no local em que se quer trabalhar é fundamental, além de facilitar no sentido posto no texto com relação aos contatos de experiência em empresas do mesmo local, também tem a questão que se uma empresa te contrata você morando em outro local, ela sabe que vai ter todo um processo de adaptação do funcionário.

Bem, acredito de experiência própria, que procurar emprego em outro lugar, o ideal é se estabelecer lá!
bjs

CintiaYamane disse...

aaah é bem o meu caso.. que fico enviando um monte de portfolio pra curitiba e ninguem me responde... =(

é obvio que eles vao dar preferencia pra chamar alguem que possa estar de prontidão e que more perto do que alguém la das pindaiba >_<