2012-01-27

'Ética está acima da conveniência?' - by Max Gehringer

Transcrição do comentário do Max Gehringer para a rádio CBN, do dia 27/01/2012, sobre o dilema de um ouvinte que não sabe se revela ou não, para a empresa em que está fazendo um processo seletivo, que passou em um concurso público (um caso parecedíssimo com este outro, de uns anos atrás).

Áudio original disponível no site da CBN (link aqui). E se você quiser ler os comentários anteriores do Max Gehringer, publicados aqui, basta clicar neste link.

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'Ética está acima da conveniência?'

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Um ouvinte escreve: "Fui aprovado em um concurso público, mas só vou ser chamado daqui a seis meses. A notícia veio em boa hora, porque eu estava desempregado. Mas por outro lado, não posso ficar parado. Neste momento estou na fase final de um processo seletivo em uma empresa privada. E aí vem a minha grande dúvida. Se eu não abrir o jogo e for contratado, terei que pedir demissão em curto prazo. E se eu revelar que vou ficar pouco tempo no emprego, não serei contratado. O que você me sugere fazer?"

Vamos começar pelo que seria mais fácil: ficar na moita, não dizer nada e conseguir o emprego. Duas coisas podem acontecer. A primeira é que a chamada para o serviço público não ocorra daqui a seis meses. Isso já aconteceu com muitos concursados e você deve considerar essa hipótese.

A segunda é que você pode gostar tanto da empresa e do emprego, que ficará em dúvida se deve mesmo sair. É a velha questão da estabilidade do serviço público contra a construção mais rápida de uma carreira no setor privado.

Se você considerar que o serviço público seria uma opção de carreira e não um fato definitivo, e que você só tomará a decisão daqui a seis meses, não seria falta de ética aceitar o emprego.

A segunda possibilidade é a de que você já tem certeza de que quer mesmo ir para o serviço público e que a chamada daqui a seis meses está garantida. Nesse caso, você estaria escondendo uma informação relevante da empresa que pretende contratá-lo. E isso seria anti-ético.

Mas há outras oções. Por exemplo, uma agência de serviços temporários. Ou um emprego em um setor no qual pedidos de demissão são rotineiros, como telemarketing.

Enfim, consulte a sua consciência e decida se para você, a ética está acima da conveniência. Acredito que esteja, porque senão, você nem teria escrito.

Max Gehringer, para CBN.

Um comentário:

Márcia de Albuquerque Alves disse...

Acredito, que por mais que saiba que vou ser chamado em 06 meses, não abriria mão deste emprego. Esse lance de chamada é muito relativo, dificilmente eles chamam na data prevista.